Sunday, April 13, 2008
Tuesday, April 01, 2008
Wednesday, December 06, 2006
Arquivo: Edição de 29-07-2005
SECÇÃO: Notícia Importante
Monte de S. Leonardo
Douro Património Mundial
Muito se tem falado sobre o Douro Património Mundial e sobre a sua conservação a manutenção ambiental e paisagística.
No entanto existem entidades com responsabilidade neste âmbito que deveriam fazer um esforço no sentido de se preservar a paisagem da região e dos locais públicos frequentados por turistas e por qualquer cidadão que goste de usufruir do que a natureza lhe proporciona, mas por razões que se desconhecem (ou talvez não!!) fazem intervenções que são autênticos atentados à paisagem e ao meio envolvente só para mostrarem que intervieram no local.
As imagens aqui apresentadas referem-se ao Monte de S. Leonardo, localizado na freguesia de Galafura, concelho do Peso da Régua, inserido na Região do Douro com características morfológicas, geológicas e paisagísticas ímpares, onde “alguém” se lembrou de introduzir melhorias que nada têm a ver com a região em geral e muito menos com as características do monte, refiro-me à colocação de mesas e aos mecos de granito branco, não é que não concorde com a colocação das mesas, mas penso que existem outros tipos de materiais adequados àquele local, nomeadamente madeira.
Já em tempos, quando se procedeu à electrificação da capela do monte houve a preocupação e obrigação de utilizar postes de madeira em vez dos postos de cimentos para não desfigurar o monte. Actualmente essa preocupação foi esquecida e deitada para trás das costas procedendo-se à colocação dos artefactos de granito, já referidos sem qualquer pedido de opinião à população.
Esta comunicação não pretende ser mais do que uma chamada de atenção para as tropelias que se cometem contra o “Meio Ambiente” que têm como objectivo único mostrar obra feita sem qualquer tipo de preocupação com o enquadramento ambiental e paisagístico.
Para terminar, se tiverem oportunidade façam uma visita ao monte de S. Leonardo e verifiquem no local estas informações e formulem as vossas opiniões.
(Retirado: Noticias do Douro)
Sunday, November 26, 2006
"Galafura, vista da terra chã, parece o talefe do mundo.
Um talefe encardido pelo tempo, mas de sólido granito. Com o céu a servir-lhe de telhado e debruçada sobre o Varosa, que corre ao fundo, no abismo, quem quiser tomar-lhe o bafo tem de subir por um carreiro torto, a pique, cavado na fraga, polido anos a fio pelos socos do Preguiças, o moleiro, e pelas ferraduras do macho que leva pela arreata. Duas horas de penitência.
Lá, é uma rua comprida, de casas com craveiros à janela, duas Quelhas menos alegres, o largo, o cruzeiro, a igreja e uma fonte a jorrar água muito fria. Montanha.
O berço digno de Maria Lionça.Fala-se nela e paira logo no ar um respeito silencioso, uma emoção contida, como quando se ouve tocar a Senhor fora. E nem ler sabia! Bens – os seus dons naturais. Mais nada. Nasceu pobre, viveu pobre, morreu pobre, e os que, por parentesco ou mais chegada convivência, lhe herdaram o pouco bragal, bem sabiam que a grandeza da herança estava apenas no intimo sentido desses panos.
Na recatada alvura que traziam da arca e na regularidade dos fios do linho de que eram feitos, vinha a riqueza duma existência que ia ser a legenda de Galafura.
Quando Deus a levou, num Março que se esforçava por dar remate prazenteiro a três meses de invernia sem paralelo na lembrança dos velhos, Galafura não quis acreditar. Embora a visse estendida no caixão, lívida e serena, aspergia sobre o cadáver a água benta do costume, sem que o seu rude entendimento concebesse o fim daquela vida.
O próprio Prior, tão acostumado à transitória duração terrena, ao ser chamado à pressa para lhe dar a extrema-unção, ungiu-a como se ela fossa a mão dele. Tremia. Até o latim lhe saía da boca aos tropeções, parecendo que punha mais fé no arquejar do peito da moribunda do que na epístola de S. Tiago. Apenas o Dr. Gil, o médico, a tomar-lhe o pulso e a senti-lo fugir, não teve qualquer estremecimento. Receitou secamente óleo canforado e saiu. Mas o Dr. Gil pertencia a outros mundos. Médico municipal em Carrazedo, vinha a quem o chamava, dando a santos e ladrões a mesma tintura de jalapa e a mesma digitalina. Por isso, a insensibilidade que mostrou não teve significação para ninguém.
A rotina do ofício empedernira-lhe os sentimentos. O ele declarar calmamente, já no estribo do cavalo, que não havia nada a fazer, foi como se um vedor afirmasse que a fonte da Corredoura ia secar. Sabia-se de sobejo que a fonte da Corredoura era eterna, por ser um olho marinho.
E assim que a moribunda exalou o último suspiro, e do quarto a Joana Ró deu a notícia, lavada em lágrimas, cá de fora respondeu-lhe um soluço prolongado, que, em vez de embaciar nos espíritos a imagem da Maria Lionça , a clarificava.
E o enterro, no outro dia pela manhã, talvez por causa do ar tépido da primavera que começava e da singeleza das flores campestres que bordavam as relheiras do caminho, pareceu a todos uma romagem voluntária e simples ao cemitério, onde deixavam como uma Salve-rainha pela alma dos defuntos o corpo da Maria Lionça.
Não. Não podia morrer no coração de ninguém uma realidade que em setenta anos fora o sol de Calafura."
Tuesday, October 24, 2006
Cemitério Mouro
Pesquisa de Património - Detalhe Identificação
Designação: Cemitério Mouro
Outras Designações: Fonte dos Mouros
Categoria / Tipologia: Arqueologia / Necrópole
Localização
Divisão Administrativa: Vila Real / Peso da Régua / Galafura
Endereço / Local: Galafura
Protecção
Situação Actual: Classificado
Categoria de Protecção: IIM Imóvel de Interesse Municipal
Decreto: 29/90, DR 163, de 17-07-1990
Descrições
Nota Histórico-Artistica
A presente classificação reporta-se a uma necrópole atribuída à Alta Idade Média (c. séculos VII-VIII) localizada numa encosta das imediações da localidade de Galafura. Embora aparentemente constituída por apenas quatro sepulturas de forma sub-rectangular escavadas no afloramento xistoso, com orientação Este/Oeste e cabeceiras voltadas a poente, não será de afastar a hipótese de o seu número perfazer, pelo menos, os sete enterramentos individuais que já têm sido referenciados, pois o denso manto vegetal que as cobre dificulta a sua precisa avaliação. Além disso, é possível que algumas destas eventuais sepulturas remanescentes tenham sido destruídas na sequência das obras de alargamento do caminho conducente à Galafura, junto ao qual se encontra a necrópole. Entretanto, os trabalhos agrícolas desenvolvidos numa vinha situada nas proximidades deste núcleo sepulcral permitiram identificar a existência de vestígios de materiais de construção aparentemente atribuíveis ao período romano.
[AMartins]
Fonte texto: www.ippar.pt
Monday, October 23, 2006
Galafura, a terra de Mouros e Moiras encantadas, terra mágica com paisagens quase irreais…
Tudo é muito bonito, no entanto há determinadas situações que requerem um pouco mais de atenção por parte das entidades competentes. Em tempos li, algures num jornal, uma notícia forte que me fez doer o peito o titulo não podia ser para mim mais massacrante, “Cemitério Mouro Voltado ao Abandono”, na altura fiz questão de recortar a noticia do tal jornal e guarda-la, no entanto várias intervenções no local dando outro aspecto ao local se me é possível dizer sagrado. Uma estrada em paralelos, não é mau de todo, mas as placas de sinalização ainda continuam por colocar, mas estão a ir num bom caminho.
Caminho?! Esse é outro dos problemas que passam despercebidos pela mente dos nossos governantes, sim um caminho tantas vezes calcorreado por muitos mas a quem ninguém dá a mínima importância e que merece também uma intervenção e quem sabe uma placa de identificação. Afinal não foram só os mouros que andaram por estas paragens, os romanos também por aqui andaram e deixaram as suas marcas, um caminho que ligava Galafura a Covelinhas, muitos não admiram esse pedacinho de Roma que nos foi deixado, passam e não dão importância, o piso e a calçada ainda lá se encontra, triste e abandonada à espera que alguém lhe dê vida de novo.
Igreja Matriz De Galafura
Pesquisa de Património - Detalhe Identificação
Designação: Conjunto constituído pela Igreja de São Vicente, matriz de Galafura, campanário e cruzeiro
Categoria / Tipologia: Arquitectura Religiosa / Conjunto
Localização
Divisão Administrativa: Vila Real / Peso da Régua / Galafura
Endereço / Local: Galafura
Protecção
Situação Actual: Classificado
Categoria de Protecção: IIP Imóvel de Interesse Público
Decreto: 8/83, DR 19, de 24-01-1983
Descrições
Nota Histórico-Artistica
Implantada no centro da localidade, a igreja matriz de Galafura é antecedida por um adro, fechado pelo campanário que se desenvolve sobre um arco de volta perfeita. O cruzeiro, mais afastado, ergue-se no largo fronteiro ao templo. Não se sabe ao certo em que época terá sido edificada a igreja, mas é possível que remonte ao final do século XVII. A campanha decorativa do interior, mais tardia, é datável do início de Setecentos. A imponente estrutura do campanário levanta algumas questões, às quais não podemos, no entanto, responder cabalmente. Em todo o caso, não é de abandonar a ideia de que este seria parte integrante da antiga fachada do templo, com as sineiras sobre o portal principal (SERENO; TEIXEIRA; NOÉ, Ficha de Inventário da DGEMN, IPA n.º 1708030003, 2002). Assim, sobre o arco de volta perfeita, flanqueado por pilastras, ergue-se o friso que suporta a dupla sineira, terminando o conjunto com uma cruz central e dois pináculos laterais. Contrastando com esta primeira entrada, a fachada do templo surge bem mais depurada, com portal de verga recta, e óculo oval moldurado. No frontão triangular abre-se um nicho em arco de volta perfeita, com moldura decorada por motivos geométricos e aletas, exibindo a imagem de São Vicente, a quem a igreja é dedicada. No interior, de nave única, coro alto e púlpito, destaca-se a talha que envolve o arco triunfal, de volta perfeita. Esta, dourada e policromada nas figurações de anjos e querubins, integra e envolve os dois retábulos colaterais, formando um conjunto único, de grande impacto, como um grande retábulo, cujas aduelas (que cortam transversalmente as arquivoltas) têm continuidade nos caixotões do tecto, pintado com motivos do hagiológio católico. Já o retábulo-mor, também dourado e policromado, é mais tardio, revelando, em determinados elementos como as grinaldas, uma época de transição para o neoclassicismo. No tecto da capela-mor, também em caixotões, os motivos são fitomórficos. A importância da igreja no século XVIII encontra-se bem documentada no número de confrarias que aí tinham a sua sede - São Vicente, Santíssimo Sacramento, Santo Nome de Jesus, Nossa Senhora, São Sebastião, Santo António, Santa Bárbara e Espírito Santo (SOUSA, GONÇALVES, 1987, p. 410). Por fim, o cruzeiro, que ostenta a data de 1760 numa das faces do plinto (as outras são decoradas por um losango inscrito num rectângulo), desenvolve-se a partir de uma base em forma de esfera, decorada por caneluras. A cruz, de secção quadrada, exibe decoração de enrolamentos e uma roseta no cruzamento dos braços.
(Rosário Carvalho)
Fonte texto: www.ippar.pt
Saturday, October 21, 2006
Linda aldeia... |